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VAMOS FALAR SOBRE PSORÍASE?

Promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, aberta oficialmente em outubro, visa combater o preconceito e melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras da doença. Para isso, desde 2016, a entidade elabora ações anuais de esclarecimento para mostrar que os pacientes podem conviver com a doença – considerada crônica sistêmica, autoimune e não contagiosa –, que afeta a pele de cerca de 3% da população mundial, isto é, 125 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 5 milhões apenas no Brasil. Em 2022, a campanha tem como slogan a frase JUNTOS COM VOCÊ, pois visa reforçar a cada paciente que ele não está sozinho na luta contra a psoríase e que buscar assistência especializada é o caminho mais eficaz para tratar a doença e conquistar mais qualidade de vida!


O QUE É A DOENÇA?


A psoríase é uma doença da pele relativamente comum e crônica. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. É uma doença autoinflamatória da pele, na qual por predisposição genética, junto com fatores ambientais ou de comportamento, causam o aparecimento de lesões avermelhadas e que descamam na pele. Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias que promovem dilatação dos vasos sanguíneos e dirigem outras células do sistema de defesa para pele, como neutrófilos. Este processo de ataque inflamatório à pele faz com que esta responda acelerando sua proliferação, o que resulta na descamação observada nas lesões. Normalmente, essa cadeia só é quebrada com tratamento. Em até 30% dos pacientes, inflamação similar pode acontecer nas articulações, levando à artrite psoriásica, outra manifestação da doença. Também existe associação de psoríase com doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor, o que diminui a qualidade de vida do paciente e pode também, dependendo da gravidade, diminuir a expectativa de vida, se não tratada. O mesmo processo de autoinflamação que causa lesões na pele e nas articulações parece ser o responsável pelo aparecimento destas comorbidades.


A PSORÍASE É CONTAGIOSA?


É importante ressaltar que a psoríase não é uma doença contagiosa e o contato com pacientes não precisa ser evitado.


QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS?


Variam de paciente para paciente, conforme a apresentação e gravidade da doença, mas podem incluir:

● Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; ● Pequenas manchas brancas ou escuras residuais após melhora das lesões avermelhadas. ● Pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; ● Coceira, queimação e dor; ● Unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações da sua forma (sulcos e depressões); ● Inchaço e rigidez nas articulações; em casos mais graves, destruição das articulações e deformidades.

Em casos de psoríase leve pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas, mas nos casos mais graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes.


O QUE FACILITA O SEU SURGIMENTO?


Alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles:

● Histórico familiar – entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase sabem ter familiar de primeiro grau com psoríase.

● Estresse – Um número expressivo de pacientes refere-se ao aparecimento ou agravamento das lesões após estresse agudo ou crônico, como perda de um familiar, por exemplo.

● Obesidade – excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver psoríase e pacientes com psoríase tendem a apresentar peso acima do ideal.

● Tempo frio – como a pele fica mais ressecada, a psoríase tende a melhorar com a exposição solar.

● Infecções diversas.

● Medicamentos, sendo os mais comuns os antimaláricos (ex. cloroquina), medicamentos para tratar hipertensão (ex. propranolol e outros betabloqueadores) e lítio (para tratamento do transtorno bipolar).

● Consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo – tendem a piorar as lesões existentes.


QUAIS OS TRATAMENTOS?


Tratamento tópico: medicamentos em cremes e pomadas, aplicados diretamente na pele. Podem ser usados em conjunto com outras terapias ou isoladamente, em casos de psoríase leve.


Tratamentos sistêmicos: medicamentos em comprimidos ou injeções, geralmente indicados para pacientes com psoríase grave e/ou com artrite psoriásica ou nos pacientes que possuem psoríase leve resistente ao tratamento tópico ou fototerapia.


Tratamentos biológicos: medicamentos injetáveis, indicados para o tratamento de pacientes com psoríase grave. Existem diversas classes de tratamentos biológicos para psoríase já aprovadas no Brasil: os chamados anti-TNFs (como adalimumabe, certolizumabe-pegol, etanercepte e infliximabe), anti-interleucina 12 e 23 (ustequinumabe), os anti-interleucina 17 (secuquinumabe e ixequizumabe) e os anti-interleuciina 23 (guselcumabe e risanquizumabe).


Fototerapia: consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica. O tratamento precisa ser feito por profissionais especializados.


A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada, o controle do peso e a prática de atividade física. O paciente nunca deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação.

HÁ COMO PREVENIR A PSORÍASE?

Um estilo de vida saudável pode ajudar na diminuição da progressão ou melhora da psoríase, mas pessoas que possuem histórico familiar da doença devem ter atenção redobrada a possíveis sintomas. É importante estar atento aos sinais. Caso perceber qualquer um dos sintomas, procurar o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.


COMO DEVE SER ORIENTADA A TERAPÊUTICA DOS PACIENTES?


Fiquem atentos: somente o médico pode indicar o medicamento mais adequado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. É preciso seguir rigorosamente as orientações e jamais se automedicar. Também não se deve interromper o uso do medicamento sem consultar o médico e, tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita.


Fonte: SBD Nacional

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