Acidentes com animais aquáticos
Acidentes com animais aquáticos são comuns, e costumam ter a incidência elevada durante as temporadas de verão, quando as regiões litorâneas, rios e lagos recebem maior quantidade de banhistas.
Perfurações, dores, queimaduras e lesões de diferentes intensidades estão entre os problemas que os acidentes com animais aquáticos podem causar. A maior parte das ocorrências se dá quando praticamos atividades como pesca, natação ou caminhadas no rio ou na praia sem as precauções devidas. Para evitar problemas, é recomendável que os banhistas prestem atenção redobrada e se movimentem lentamente dentro da água, e utilizem roupas de banho de cor escura, pois algumas espécies de animais venenosos conseguem desviar de obstáculos escuros. Por não saberem identificar o perigo, crianças correm maior risco, e não devem permanecer desacompanhadas. Os pequenos devem ser orientados também a não tocar e a não brincar com animais aquáticos, mesmo que estejam mortos, pois algumas espécies venenosas mantêm o veneno ativo mesmo assim. Essa orientação, aliás, vale para os jovens e adultos também. Caso você sofra um acidente com animal aquático, procure o pronto-socorro ou os salva-vidas o mais rapidamente possível. Tratamentos caseiros não são indicados nessas situações, pois mascaram a dor e podem agravar o quadro clínico. Para que o tratamento ocorra de forma eficiente é necessário manter a calma e passar o máximo possível de informações, como as características do animal, horário do ataque e as sensações. Para evitar problemas, nada melhor que a informação. Conheça algumas espécies que mais provocam acidentes no Brasil e saiba como reconhecê-las melhor. E lembre-se: no mar, no rio ou no lago, não basta se proteger contra o sol e os mosquitos. É preciso permanecer atento dentro d’água também.
Caravela-portuguesa - Esses animais são encontrados em praias, flutuando na água ou encalhados na areia, geralmente no inverno e primavera. Têm o corpo gelatinoso, de cor roxo-azulada e são visíveis acima da linha da água. Seus tentáculos são urticantes e ao tocarem a vítima, aderem-se à pele provocando sérias lesões como dor intensa e irritação formando linhas vermelhas. Em casos mais graves causam câimbras, náuseas, vômitos, desmaios, convulsões, arritmias cardíacas e problemas respiratórios. Se estiver na praia e perceber a presença dessas criaturinhas que parecem gelatinas flutuantes, não entre na água e avise os salva-vidas. Se souber que na praia em que você se encontra houve algum acidente fique alerta e evite entrar no mar. As crianças são mais sensíveis ao veneno urticante do que os adultos, portanto, é necessário redobrar a atenção. Água-viva - São gelatinosas e incolores, com aspecto de guarda-chuva ou prato, podem possuir tentáculos urticantes. Nadam na água, geralmente em grupo. A maioria é pequena e inofensiva, quando não possuem tentáculos. Assim como as caravelas, seus tentáculos possuem pequenas estruturas, repletas de toxinas que são injetadas na vítima ao toca-la. Os principais sintomas são desde dermatites discretas até lesões intensamente dolorosas e necrose da pele. Em geral, causam os mesmos problemas provocados por caravelas, deixando também vergões na pele. Ouriço-do-mar - São animais de corpo mais ou menos esférico, possuem espinhos abundantes, rígidos e quebradiços. São comuns sobre rochas, entre pedras ou em fundo arenoso, geralmente formando grandes aglomerados. Os ouriços são responsáveis por cerca de 50% dos acidentes marinhos. Os espinhos podem penetrar na vítima e contém substâncias irritantes. E algumas espécies são venenosas. Os sintomas são dor intensa, quando o espinho penetra fundo (geralmente no pé). Pode haver vermelhidão, inchaço e infecções secundárias. Raias ou arraias - São peixes achatados, com nadadeiras largas e uma cauda comprida. Algumas espécies possuem um ou mais ferrões na base da cauda, que podem ser introduzidos na vítima se ela se aproximar muito ou pisá-las. Ficam enterrados em fundos arenosos ou lodosos. Costumam se aproximar da praia no verão. Se o ferrão penetrar a pele provocará dor intensa e prolongada. Poderá causar vômitos, febre e complicações cardíacas e pulmonares. A pele do local atingido pode vir a necrosar. Peixes e Mariscos - Alguns peixes e mariscos podem conter venenos em sua carne. Por isso, nem sempre dores de barriga e diarreias são causadas pela ingestão de alimentos estragados. Caso você tenha febre, mal-estar, diarreia e dificuldade para se mover ou respirar, procure imediatamente auxílio médico. Em alguns peixes as toxinas podem estar presentes apenas em populações de determinados locais ou em certas épocas do ano. Não compre ou coma mariscos, ostras ou mexilhões de procedência duvidosa. Cracas e Ostras - Rochas são, geralmente, cobertas por cracas e ostras, que têm bordos muito cortantes. Por isso, em locais rochosos ou com pedras soltas, caminhe sempre com os pés protegidos por um calçado firme de solado antiderrapante (tênis ou sapatilha). Por causa da presença de bactérias e fungos na superfície desses animais, é comum a ocorrência de infecções secundárias nos ferimentos. Cuidado adicional deve ser tomado em locais poluídos, pois cortes e ferimentos são portas abertas para infecções por bactérias que podem ser graves. Caranguejos e Siris - Possuem pinças ou garras que podem causar beliscadas fortes e cortes. Tome cuidado ao manuseá-los sem conhecer a técnica correta. Evite colocar as mãos desprotegidas em tocas ou rochas. Fonte: Comunicação SBD Nacional.